Naturalizado, crime de agiotagem
continua trucidando vítimas em Teófilo Otoni

ROBERTO MARCOS - VOX
Sábado, 17/4/2021, às 06h50min - Editoria de AUTORAIS
Existem pessoas que se aproveitam de circunstâncias aflitivas em que se encontra o outro e, com isso, encaminham ofertas de empréstimos com o intuito de obter indevida vantagem econômica por meio de juros abusivos sobre dívida em dinheiro, juros esses superiores à taxa permitida por Lei, ocasionando grave dano individual à vítima desse assédio.
Pessoas que agem contra alguém em uma situação de desespero econômico estão praticando atos e simulações tendentes a ocultar (ou não) a verdadeira taxa de juros, para o fim de sujeitar o devedor a maiores prestações ou encargos, além dos estabelecidos no respectivo título ou instrumento (nota promissória, cheque, dentre outros títulos).
Estamos diante de agiotas – figuras bastante presentes em Teófilo Otoni – que chegam, inclusive, ao extremo de ameaçar suas vítimas em caso de falta de pagamento de seus juros e encargos surreais, transformando determinadas vítimas em “eternas devedoras”, uma vez que essas, na maioria das vezes, nunca conseguem quitar o seu débito.
Em Teófilo Otoni essa situação é bastante recorrente e, sem muita dificuldade, nomes de agiotas bastante conhecidos podem ser relacionados. VOX conversou com um consumidor, D.J.A.X., (pediu para que fosse preservada a sua identidade), de 49 anos, que diz ter se enredado com uma dívida que, só de juros, custou-lhe cerca de R$ 100 mil já que se arrastou por uma década. Além de quase ter lhe sugado a vida com custos humanos e emocionais, tudo que ele produziu ao longo de quase 10 anos foi direcionado a tentar quitar, sem sucesso, o compromisso.
Sem o debate equilibrado em viés moral (já que muitos agiotas são vistos como homens de sucesso), por ser crime, especialistas dizem que o caminho mais curto para o devedor é buscar a justiça como meio de mediar o conflito antes até que a relação se estremeça demais e possa resultar em consequências ainda mais graves.

