Observadores especulam que o combate à
pandemia estaria afetado por novas eleições

ROBERTO MARCOS - VOX
Domingo, 04/4/2021, às 08h50min - Editoria de Cidades
O que se diz nas rodas de conversas em Teófilo Otoni é que o preço político pelo combate à pandemia é alto, desgastante. Portanto, nenhum dos lados atreve-se a pagá-lo tão explicitamente. Com a possibilidade da existência de um novo pleito eleitoral na cidade, tanto o PT (representado pelo prefeito Daniel Sucupira) quanto a Polícia Militar (inspirada localmente pelas pretensões do Coronel Marinho) não querem ter nas mãos a cara promissória de fazer cumprida a lei (doa a quem doer).
Daniel Sucupira, e é o que especulam os especialistas em eleições, estaria se escudando no decreto do governador do Estado, aliviando, assim, a responsabilidade que tem sobre o próprio decreto; e o Coronel Marinho (como servidor público), mesmo entendendo que o combate é necessário, se limitaria a mover-se de modo tímido no espaço do que foi determinado, sem necessariamente reafirmar convicções pessoais. Afinal, em tese, é ele o candidato do empresariado que quer “rédeas frouxas” mesmo com a doença alastrando-se
Nessa toada, nem a Polícia Militar quer uma rota de forte enfrentamento com a população (mostrando-se muito mais “macia” do que seria em outras situações), tampouco querem os fiscais da prefeitura cumprirem a lei à risca, evitando, os dois personagens públicos, atraírem para os seus candidatos a desaprovação que se levantaria de uma ação mais efetiva.
Somadas as sutilezas de um lado e de outro - que não querem perder votos em caso de uma nova eleição em Teófilo Otoni – a população começa a se preocupar com o resultado do combate ao Covid ferido por pretensões eleitorais. Afinal, a transferência de responsabilidade pode até render votos aqui e acolá, mas não é um componente eficaz para se deter a escalada da doença na cidade.
